A última das vias longas que conquistamos nesta viagem, mostrou-se como uma grata surpresa, não apenas pela bela linha que surgiu, mas também, pela incrível hospitalidade dos proprietários do terreno!
![Laura Petroni na conquista da "O Que For Pra Ser, Será" (D3 3º V E2 - 480m) - Pedra da Tartaruga - Pancas / ES](https://static.wixstatic.com/media/7fefc4_1c8cc74db5a74218b0709c90ba98130e~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_551,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/7fefc4_1c8cc74db5a74218b0709c90ba98130e~mv2.jpg)
A história desta via começa no dia 24 de setembro, que estava reservado para alguma conquista mais longa, porém, com a chuva torrencial que caiu desde a tarde do dia anterior, nada pôde ser feito nas paredes. Mesmo assim, eu e Laura resolvemos tirar uma parte da manhã para explorar a região.
Pegamos o carro e percorremos estradas e mais estradas, de asfalto e de terra, buscando novas possibilidades, mesmo com a forte neblina que cobria a maioria das montanhas mais altas. Em um dos locais que passamos, uma parede bem imponente chamou a nossa atenção, sobretudo, por apresentar um acesso bem simples, sobre um cafezal. Paramos nosso carro em frente a um barzinho fechado, com uma residência ao fundo.
Pouco depois de estacionarmos, fomos recebidos pelo Jeferson e sua esposa, Camila, com quem conversamos durante um bom tempo, explicando as nossas intenções para com as montanhas. Pouco tempo depois, conhecemos também o Sr. José Maria, pai do Jeferson e proprietário de todo o terreno. Eles não apenas nos receberam muito bem, como também nos deram aval para possíveis conquistas naquela montanha, além de uma ótima aula sobre o cultivo do café! Passamos mais de uma hora nesta prosa gostosa, tendo certeza que retornaríamos em breve.
![Laura Petroni na canaleta / cristaleira da quarta enfiada da "O Que For Pra Ser, Será" - Pedra da Tartaruga - Pancas / ES](https://static.wixstatic.com/media/7fefc4_5b9f733159d84720994ce19cc5f06029~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_551,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/7fefc4_5b9f733159d84720994ce19cc5f06029~mv2.jpg)
Foi então que, no dia 29 de setembro, um dia antes do meu aniversário, acordamos bem cedo e rumamos para a tão desejada parede. Mesmo estando bem cedo (por volta das 6:40h), Jeferson já estava acordado e nos recebeu com muita cordialidade, estranhando apenas sermos somente nós dois, para vencer tamanho obstáculo.
A trilha para a base dura menos de 10 minutos e segue sempre por uma estradinha de terra, por vezes até bem inclinada, mas sem nenhuma complexidade. E a base em sí, é extremamente confortável. As coordenadas de acesso podem ser acessadas pelo arquivo abaixo:
Começamos a conquista por volta das 7:15h, vencendo as quatro primeiras enfiadas em cerca de uma hora, haja vista os lances serem de, no máximo, 3º grau. Deste ponto em diante, a via segue uma incrível canaleta / veio de cristais, sempre em diagonal para a eaquerda, hora por lances bem fáceis, hora por lances mais puxados, de 4º grau, mas sempre muito bonitos.
![Laura Petroni na sexta enfiada da "O Que for Pra Ser, Será" - Pedra da Tartaruga - Pancas / ES](https://static.wixstatic.com/media/7fefc4_4ca20dd75b90424e8c92d48c97d63614~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_551,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/7fefc4_4ca20dd75b90424e8c92d48c97d63614~mv2.jpg)
Após a P5, a via ganha considerável verticalidade e segue por lances em pequenas agarras, aderência e alguns buracos, sendo o crux da via (5º grau), tendendo sempre a subir em diagonal para a direita.
A sexta enfiada, embora tecnicamente mais simples, segue com grande constância em 4º grau, tornando esta, uma enfiada muito interessante! Já a sétima e última enfiada, apesar de contar com algumas bonitas cristaleiras, perde consideravelmente a inclinação, assim como a complexidade dos lances, até a parada final.
![Laura Petroni e Pedro Bugim ao final da conquista da "O Que For Pra Ser, Será" - Pedra da Tartaruga - Pancas / ES](https://static.wixstatic.com/media/7fefc4_310aeee6668d4b28a737f3f7a2591499~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_551,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/7fefc4_310aeee6668d4b28a737f3f7a2591499~mv2.jpg)
Todas as enfiadas contam com proteção bem justa, sendo mais espaçada nos lances fáceis, tornando-se mais próxima nos lances mais complexos. De todo modo, em toda a sua extensão, a distância máxima entre as chapeletas é de 15 metros, sempre com paradas duplas a cada 60 metros, para rapel com duas cordas. É possível descer tambem com apenas uma corda de 60m, rapelando de chapas únicas (todas as chapeletas da via são do modelo PinGo, rapeláveis).
![Croqui da "O Que For Pra Ser, Será" - Pancas / Es](https://static.wixstatic.com/media/7fefc4_1fa130e2556840fba27ee5de585b9a20~mv2.png/v1/fill/w_980,h_1045,al_c,q_90,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/7fefc4_1fa130e2556840fba27ee5de585b9a20~mv2.png)
Chegamos no final da via pouco após o meio dia, parando rapidamente para nos hidratarmos e tirarmos algumas fotos. A descida, embora longa, foi rápida, atingindo a base novamente, às 13:30h. Ou seja, a conquista inteira foi feita em pouco menos de 6 horas. Um pequeno detalhe, foi a adição de uma parada dupla no meio da quinta enfiada, para que, durante o rapel com duas cordas, evite-se fazer logas diagonais (vide croqui).
Ao descer, fomos agraciados com uma cerveja gelada no barzinho do Jeferson, que, apesar de estar ainda fechado pelo horário, foi reaberto apenas para matar a nossa "sede". Aproveitamos para conversar mais um pouco com os amigos que fizemos, felizes demais com toda a atenção que nos foi direcionada.
![Da esquerda pra direita: Sr. José Maria, Laura, Jeferson e Pedro. Gratidão aos amigos, pelo carinho!](https://static.wixstatic.com/media/7fefc4_4d2e1b63af744d479fc4652525b2a7c5~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_551,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/7fefc4_4d2e1b63af744d479fc4652525b2a7c5~mv2.jpg)
Matérias relacionadas:
Comments